terça-feira, 29 de março de 2016

Felicidade não é ser, é estar.

Parece que é desta.
Há muito que pessoas que me são queridas diziam para criar um blog e agora que a empresa para a qual trabalho está na situação que por todos é conhecida sobrou-me tempo para esta aventura. Quando, finalmente, disse que ia avançar a pergunta imediata foi: "E é sobre o quê?". Fiquei sem saber o que dizer. Porque nunca gostei muito de coisas estanques e pré-definidas. Sobre tudo o que eu quiser, era apenas a resposta que me ocorria. Sobre a actualidade, claro, porque sou jornalista e (muiiiito) interessada, sobre a monoparentalidade, porque sou mãe divorciada, sobre a inteligência emocional, porque adoro psicologia e cultivo este lado da existência, sobre a vida como ela é.

O único critério que tinha em mente é que não queria fazer um blog sobre vidas cor-de-rosa, onde tudo é belo, maravilhoso, bonito, super 'fashion', irreal, portanto. Porque a vida tem coisas menos boas, dilemas e zonas cinzentas, mas que podem ser vividas com optimismo. Mas que fique claro: é um blog pessoal. É a mulher e a mãe, sobretudo, que aqui estão. Só depois virá a jornalista.

É de tudo e de nada que me proponho falar. De como é possível aos 40 (e tais) mantermos uma vida saudável (ou tentar, vá lá), adorar roupas, sapatos e outras futilidades e ao mesmo tempo amar livros, informação, conhecimento, profundidade, espiritualidade. Quem disse que é incompatível? Aposto que anda por aí muita mente mais preconceituosa que acha que é. Mas não é. As mulheres já o provaram. É bem possível e bem saudável estar de manhã a espreitar o último gritos da moda numa galeria comercial, a babar pelas botas de salto agulha e camurça, e horas depois estar a fazer análise política ou social ou a ler um livro sobre o choque das civilizações ou a guerra no Médio Oriente. Olha que bom!

A vida é boa e ponto. Mesmo quando é madrasta (nada contra estas, atenção, apenas força de expressão). Divorciei-me há seis anos. E depois? O mundo não acabou, bem pelo contrário, recomeçou. Fiquei com um salário apenas para gerir uma casa e a vida, com uma filha pequena. Difícil, sim, mas possível. Não acerto nos 'castings' a parceiros amorosos. Aqui, confesso, é chato e irritante...mas também enriquecedor (ahahah!, eu a rir de mim própria). Não faço a vida que os nossos avós e pais dizem ser a 'normal' ou a 'tradicional'. Acho isso óptimo. Começo a sentir os efeitos da gravidade numa cabeça que ainda tem 30 anos. Pois...é chato...mas tem solução (a iludir-me de novo). E por aí adiante...a felicidade não está no 'ser' mas sim no 'estar'. Não ambiciono ser feliz. Quero estar feliz. E o estar é hoje, é agora.   

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